Carta a Marcelino

Pe. Jean-Claude Colin

1838-07-14

Na mesma linha de textos anteriores, onde o Pe. Colin interfere nas determinações do Pe. Champagnat (Carta nº 139), aqui também ele vai nomeando diversos Irmãos que não aceita ou que pede que sejam trocados. A preocupação do Pe. Colin era constituir o novo grupo dos missionários para a Oceânia (Carta nº 151), que deveria partir dentro de dois meses. O Pe. Champagnat tinha escalado os Irmãos Elie-Régis, Florentin e Marie-Augustin. Neste texto o Pe. Colin solicita ao Fundador que troque o Ir. Régis, pois não o julga apto para as missões. Sabemos que o Ir. Elie-Régis foi mantido no grupo e que atuou como missionário na Polinésia durante 33 anos, angariando a admiração de todos os padres maristas com os quais trabalhou; entretanto não temos elementos para afirmar que o Ir. Elie-Régis, missionário, é o mesmo Ir. Régis citado nesta carta. Quanto ao Ir. Jean-François Régis, também citado nesta carta, aspirante ao sacerdócio, provavelmente era um Irmão ?coadjutor?.

Lião, 14 de julho de 1838.

Mui caro confrade:

1° Não creio que o Irmão Régis seja destinado à missão da Oceânia. Por favor, substituí-o quanto antes; mandai fazer roupas e sapatos para os Irmãos que partem, de sorte que tudo esteja preparado. Devíeis ter recebido os rendimentos do bispo Pompallier; nós os teríamos repassado a S. Exa.

2° Disse ao Irmão Jean-François Régis que eu nada decidiria sobre a sua vocação ao estado eclesiástico; que, se saísse da comunidade dos Irmãos, seria dispensado dos seus votos; mas pesaria unicamente sobre ele toda a responsabilidade do seu pedido.

3° O Irmão Amiens ficou doente desde a vossa partida de Lião. Experimentou crises nervosas assaz fortes e foi sangrado no braço. O doutor foi o primeiro a aconselhar-lhe o ar do campo. Tende a fineza de substituí-lo sem demora, porque o Irmão Luc também está doente. Vedes o nosso embaraço e conheceis a nossa situação. O Irmão Adolphe conviria perfeitamente; aqui não se necessita de noviço ou de alguém fraco de saúde, mas de Irmão ajuizado, inteligente e capaz de dirigir a cozinha. Quiçá, com o tempo, chegaremos a formar uma corporação de Irmãos unicamente destinados ao serviço dos padres.

Abraço-vos de todo o coração. Sou, com respeito, o vosso muito humilde servidor, COLIN, superior.

P.S. Dizei, por fineza, ao Pe. Besson que ele é chamado a emitir os votos; poderá vir livremente ao retiro em Lião ou esperar o retiro geral das férias.

Edição: S. Marcelino Champagnat: Cartas recebidas. Ivo Strobino e Virgílio Balestro (org.) Ed. Champagnat, 2002

fonte: AFM 122.25

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