Carta de Marcelino – 293

Marcellin Champagnat

1839-11-04

Para se estabelecerem no Departamento do Var, os Irmãos deveriam possuir a autorização legal. Não a tinham conseguido ainda. Ou, então poderiam abrir uma escola que recebesse internos; os noviços seriam como alunos internos, no projetado noviciado de Lorgues.
Nesta carta, o Padre Champagnat escreve ao senhor Blaise para perguntar se ainda pensava em abrir uma escola de Irmãos em Lorgues.
Faz saber a seu amigo que ficará contente em congratular-se com ele, se conseguir mais facilmente o concurso de outros obreiros do bem que não os Maristas.

Prezado senhor,
Admiramos o seu zelo pela glória de Deus e a salvação das almas que faz com que o senhor prossiga com toda a energia a execução do projeto que me comunicou faz tempo. Muito me alegro por causa do bem que resultará em favor de seus caros provençais. Mas, como ignorávamos completamente se o senhor estava continuando a se ocupar daquela obra, não tomamos nenhuma providência junto ao governo no sentido de solicitar a autorização para a fundação de um noviciado em Lorgues. Por outro lado, estamos também esperando a ajuda de Maria e a proteção das pessoas de bem que militam a favor da autorização de nossa Sociedade. Verdade é que nos propomos recomeçar as tentativas logo que tivermos uma ocasião favorável. Verdade também que temos razões para contar com o bom resultado das mesmas, mas nada de certo podemos lhe prometer. O senhor está sabendo, sem dúvida, que o pedido, assim como a obtenção da autorização da Sociedade em geral, devem anteceder a ereção de um noviciado particular.
Há um outro meio que nos propomos empregar para uma casa da natureza da sua: o de pedir a autorização de um internato primário, em nome de um Irmão munido do Diploma e que ministraria as aulas. Nessas condições os noviços, considerados internos, não serão molestados. Com relação a usar ou não tal expediente, o senhor queira considerar-se completamente livre. Não queremos ser empecilho à boa obra que o senhor está encaminhando. Se a Providência não nos permitir dar-lhe garantias suficientes, vê-la-emos com prazer em outras mãos que não as nossas, para a glória de Deus e a salvação das almas. Se, pelo contrário, sob a única proteção daquela que olhou por nós até hoje, o senhor persistir em querer nossos Irmãos no seu estabelecimento, faremos tudo quanto estiver ao nosso alcance, para corresponder a seus projetos e cooperar com o senhor e a autoridade eclesiástica da diocese, para o bem de sua querida juventude. A mais do Capelão que a Sociedade põe à disposição dos noviços, talvez eu possa mais tarde conseguir alguns missionários que conjuntamente com o Capelão trabalhariam, com a aprovação dos pastores, para a salvação das almas.
Queira …

Edição: Marcelino Champagnat. Cartas - SIMAR, São Paulo, 1997

fonte: Daprès la minute, AFM, RCLA 1, p. 147 , nº 188, éditée en CSG 1, p. 294

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