Carta de Marcelino – 315

Marcellin Champagnat

1840-01-21

Pois que o Padre Gire insiste em conseguir Irmãos, o Padre Champagnat lhe dá as indicações para construir o edifício da escola. O Irmão Francisco mais tarde também entrou em relações com o mesmo padre, mas as esperanças de os Irmãos se estabelecerem naquela paróquia não se concretizaram.

Senhor Pároco,
Pois que o senhor persiste na idéia de fundar um estabelecimento de nossos Irmãos no município de Saint-Privat, a primeira coisa a fazer é construir um edifício suficientemente vasto, que sirva para a habitação dos Irmãos, para as aulas dos alunos e também para acomodações dos internos.
Para tanto, é preciso que haja no rez-do-chão uma cozinha, uma copa, um refeitório e duas grandes salas contíguas separadas por um biombo envidraçado, que pegue toda a largura das salas. Altura: um pé e meio ou dois e a uma altura conveniente, de maneira que os Irmãos possam se ver um ao outro. Ao meio deste biombo deve haver uma porta envidraçada. É preciso que a primeira destas duas salas possa conter 60 alunos, que estão aprendendo a escrever; a segunda, uns 70 a 80, que estão aprendendo a ler.
Se o número habitual de internos for de 20 a 30, é preciso construir uma terceira sala contígua às duas primeiras para dispô-los numa aula separada, porém comunicando com as duas outras, conforme o que está dito acima. Neste caso, seria bom que o Irmão Diretor que comumente rege a primeira classe, pudesse ficar no meio das duas outras.
O refeitório assim como a adega devem ser proporcionais ao maior número de alunos internos. O primeiro andar deve ter dois ou três quartos e um salão-dormitório que comporte umas quarenta camas com um metro de distância entre as fileiras. Convém abrir nos quartos dos Irmãos uma comunicação em forma de janelinha, através da qual poderão observar e vigiar os meninos no dormitório. As instalações sanitárias devem estar dispostas em tal lugar que os Irmãos possam vê-las de lá da aula.
Não marquei todas as dimensões das diversas repartições, deixo isto a seu critério e ao dos benfeitores. Na construção de uma casa de educação é essencial não ater-se ao estrito necessário é bom ir além.
Eu sou …
Champagnat

Edição: Marcelino Champagnat. Cartas - SIMAR, São Paulo, 1997

fonte: Daprès la minute, AFM, RCLA 1, pp. 169-170, nº 213

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