9 de abril de 2024 ESPANHA

MIMA III, terça-feira: descobrindo a realidade do Instituto e da Igreja

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O segundo dia da MIMA teve como leitmotiv o verbo “descobrir” e procurou aprofundar o contexto em que vivemos, tanto do instituto quanto da igreja.

A jornada começou com a oração animada Região Oceania, que propôs uma reflexão sobre “a lenta obra de Deus”. O trabalho do dia seguiu coordenado pelos Irmãos Niño Pizzarro, diretor adjunto do secretariado de Educação e Evangelização, e Ángel Diego Otola, diretor do Secretariado de Solidariedade. Depois de sintetizar o primeiro dia da assembleia, a palavra foi dada ao Ir. Ernesto Sánchez, Superior Geral.

Ir. Ernesto: família global

A apresentação do Ir. Ernesto teve como título “Somos família global”. Repassou os processos feitos nos últimos anos, especialmente as direções dadas pelo último capítulo geral, acolhidas no plano estratégico do atual governo geral. Ao grupo perguntou: Com base em sua experiência, o que o ajudou na Marist Global Family? Que desafios você encontrou?

O Superior Geral também aproveitou o contexto da celebração do bicentenário da construção da casa de Hermitage para refletir sobre os fundamentos do Instituto, “a solidez da rocha”, a coragem de Champagnat de olhar além. São Marcelino conseguiu fazer isso graças “ao fato de que ele ouviu e seguiu as intuições que o Espírito ditou em seu coração. E, ao mesmo tempo, à confiança de que tudo o que estava acontecendo e ocorrendo não era obra sua, mas de Deus e de Maria.” A memória da construção da casa de Notre-Dame de l’Hermitage será o pano de fundo do próximo Capítulo Geral. Em vista disso, o Ir. Ernesto pediu que os participantes refletissem: Em que rocha sólida devo me apoiar pessoalmente e de que alicerces precisamos como Família Marista Global? Ao mesmo tempo, perguntou: O que significa para nós, hoje, reviver essa experiência de construção por parte de Marcelino e dos primeiros irmãos?  E recordou dois aspectos que ele já havia sugerido na circular “Lares de Luz”: a espiritualidade, a coluna fundamental de nossas vidas deixada por Champagnat, e o cuidado da vida.

Irmã Liliana: sinodalidade, vida religiosa e profecia

A segunda conferência da manhã teve como palestrante a Irmã Liliana Franco, presidente da CLAR, que ajudou o grupo a “escutar a realidade da Igreja”. A sua palestra teve como título “Desafios da igreja hoje: sinodalidade, vida religiosa e profecia”. Nessa tarefa, ela destacou 5 chaves que julga imprescindíveis: a arte de ouvir, o olhar contemplativo para a realidade, desaprender formas antievangélicas, itinerância existencial e geográfica, alcance missionário na intercongregação e interculturalidade.

A Irmã Liliana por fim disse que “abraçando nossa realidade eclesial, sentimos que é bom para a Igreja tomar decisões”. E indicou que decisões e atitudes que são necessárias:

  1. Permitir que cada um, no ritmo do Espírito, traga seu dom
  2. Com o coração centrado em Deus, ser a presença sapiencial que humaniza
  3. Ser autêntico, estar com os outros e permitir que a graça flua livremente
  4. Ampliar o coração até que haja espaço para todos
  5. Que o serviço seja baseado na Palavra que dá sentido, estrutura e abre horizontes de renovação e compromisso
  6. A missão contribui para a transformação
  7. A misericórdia deve ser a dinamizadora do compromisso
  8. A escuta é o sussurro que traz a conversão
  9. O chamado é para a mística do encontro
  10. Tudo requer tempo, processo e paciência

Os trabalhos da tarde começaram com a explicação da metodologia que foi usada no encontro. Marcelo De Moraes Cordeiro, que acompanha o planejamento estratégico da Província Brasil Sul-Amazônia, foi o facilitador e explicou para os participantes os três enfoques metodológicos que acompanharam os dias de trabalho:

  1. A Teoria de Investigação Apreciativa: uma abordagem de mudança organizacional onde se é convidado a explorar as riquezas da história e presente, reconhecendo as práticas e relações que impulsionam. Ao invés de diagnosticar e corrigir problemas, ela incentiva os membros da organização a coletivamente imaginar e construir um futuro desejável e inspirador, seguindo um processo de quatro fases: Descoberta, Sonho, Design e Destino. Abraçar essa abordagem significa fortalecer a identidade, promovendo uma cultura organizacional positiva e inspiradora, avançando na realização da missão de transformar vidas por meio da educação e da solidariedade.
  2. A Teoria U: é baseada em um processo de aprendizado e mudança pessoal profundo que envolve três dimensões principais: Cabeça, coração e vontade abertos.
  3. A “Conversação no Espírito”: é a metodologia desenvolvida e implementada ao longo do atual processo sinodal da Igreja, caracterizada por uma forma de diálogo em que o espírito possa soprar livremente e promover conversas significativas e transformadoras.

A segunda parte da tarde foi dedicada a reviver as duas reflexões feitas pela manhã. Primeiro os participantes refletiram pessoalmente, colocando o coração, a mente e a vontade, ajudados por algumas perguntas:

  1. Que sentimentos experimentei ao ouvi (coração)?
  2. Que reflexões me despertaram ou fortaleceram (mente)?
  3. O que você sente que está se abrindo na missão marista como um futuro ou uma possibilidade (vontade)?

Após a reflexão pessoal, nos grupos cada um exprimiu as próprias conclusões, que foram partilhadas mais tarde na plenária.

A oração mariana concluiu o dia de trabalho e, após a janta, houve uma noite cultural, com jogos, cantos e danças organizados pelas regiões da Oceania e da África.

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