17 de novembro de 2010 BRASIL

Província do Brasil Centro-Sul

Aproveitando a passagem do coordenador de ?Ad gentes? pela nossa cidade, Curitiba, tivemos um encontro, no dia 25 de Outubro, para falar do Projeto ?Ad gentes?.A uma pergunta sobre se o Projeto AG está em crise, o coordenador respondeu francamente que não. É verdade que é tempo de avaliação e podemos dizer que com este grupo 7 de Davao, que acaba de ser mandado em missão, uma fase de suma importância, desde o lançamento do projeto, deixa talvez de ser a primeira prioridade: vivemos a fase da expansão. Entramos na fase da consolidação do que foi plantado. E valendo-se de um poema-oração, que abriu o dia, o coordenador disse que não há razões para pessimismo em relação ao projeto. É o realismo do momento atual que deve guiar os nossos passos. O poema-oração é uma canção de Nana Mouskouri com o título de ?Gaivota ferida?. Para além de todas as feridas ou desencantos do passado é a ?esperança realista? que deve manter vivos os nossos sonhos no Projeto AG. Do longo poema-oração, todo orientado para o futuro, quatro estrofes são sublinhadas. De forma poética e simbólica pode ser um canto de esperança que toma raízes no que já foi realizado em AG; mas, deseja ainda aparecer em ramos frondosos no futuro, como uma árvore que se abre à vida. São as estrofes:? Gaivota ferida, não enterres na areia os teus sonhos;? Sei que uma manhã, a vida virá bater à tua porta; não a mandes embora;? Desperta a esperança que está adormecida e vem à minha janela chamar-me, amiga minha;? Deixarei uma pena escondida entre as rochas, para seguir teu caminho, ao romper do dia.Poderá o projeto AG não ter atingido ainda os números que sonhávamos. Mas temos que louvar o Senhor pelos 51 Irmãos e 5 Leigos que aí trabalham. São o ponto de partida para muitos sonhos; são a certeza da vida marista plantada em muitos países asiáticos; são o apelo sereno e decisivo de que a esperança está viva e bem viva; são o chamado a uma coragem ainda maior, para seguir o caminho que outros abriram e que nós agora palmilhamos. Somos chamados a entregar aos vindouros um projeto ainda mais firme, mais acabado, mais consolidado. Tudo aponta para aí, sem esquecermos que pode ainda ser alargado.Continuamos o dia, olhando para os ?heróis? do VII grupo, agora mandado em missão. Todos os grupos fizeram e fazem história; este talvez de maneira especial, porque inclui os primeiros leigos (4 mulheres e um homem) dentre os quais um casal. Um folheto é distribuído com os seus depoimentos. Que lições nos dão? Ou melhor, que ensinamento nos deixam, tão claro e forte, para sustentar a nossa esperança?? Falam-nos da experiência de Deus a orientar os seus caminhos na missão AG;? Falam-nos da disponibilidade absoluta ao plano de Jesus sobre eles/elas;? Falam-nos da missão AG como graça e da sua paixão serena e profunda por Marcelino;? Falam-nos, em ação de graças, da capacidade que Deus lhes deu de amar gratuitamente os outros;? Falam-nos da importância das relações humanas na missão, sem esquecer o sopro divino que deve animá-las;? Falam-nos de ir depressa, com Maria, aos lugares de missão para aí implantar e consolidar a vida marista;? Falam-nos do seu amor pela Espiritualidade marista e de que sentem Jesus a seu lado;? Falam-nos da inquietação que sentem para servir os mais necessitados;? Falam-nos de que querem ser missionários, não propriamente pelos pobres, mas pelo Senhor Jesus a quem encontram nos pobres;? Falam-nos de que é o Espírito de Deus a guiar suas vidas para responderem à missão que lhes é confiada; ? Falam-nos do valor da família na sua vocação missionária: desde o berço, ?mamaram? na família o leite da gratuidade e da generosidade.Haverá razões para ?enterrarmos nossos sonhos na areia? perante esse florilégio missionário tão rico e tão significativo? NÃO. Companheiros da ?gaivota ferida?, poderemos dizer na ação de graças: ?Estenderei meus braços sobre as ondas, encherei meus olhos de tua alegria, que eu também contigo volto à vida?. Estamos na plenitude da esperança.Já para o fim da sessão, a Rosana, da província de Brasil Centro-Sul, que participou da formação nas Filipinas, com o grupo VII, partilhou com o grupo a sua experiência de imersão numa aldeia indígena. Trata-se de uma experiência limite, certamente, mostrando elementos de alegria e sofrimento que todo o missionário pode experimentar, na sua vida de oblação, no seu dia-a-dia de sacrifícios sem limites. E, para surpresa de muitos e admiração de todos, vai dizendo:? O missionário pode eventualmente passar fome; seus companheiros de sono podem ser aranhas e outros bichos;? O missionário deve dizer adeus a muitas das suas comodidades antigas: poderá nem sempre ter água para o banho que desejamos; o seu transporte, depois de um dia inteiro de viagem, podem ser apenas os seus pés cansados;? O missionário aceitará a dificuldade que pode sentir ao ser incapaz de comunicar nas línguas locais; humildemente deve aceitar a ajuda dos outros; da autossuficiência deve caminhar para a interdependência;? O missionário deve despojar-se da sua cultura, para abraçar uma cultura alheia que nem sempre compreende plenamente; deve habituar-se a viver numa situação de humildade;? O missionário, na Ásia, deve aceitar ser missionário numa situação de pobreza, isto é, conhecendo quão diminuto é o cristianismo nesse continente de tradições religiosas muito antigas;? O missionário deve chegar à Ásia na condição de colaborador e não de ?senhor?; a força missionária deve residir na presença evangelizadora, mesmo se os resultados são escassos ou mesmo invisíveis.? O missionário, perante tais experiências, é convidado a combater a tentação do aburguesamento e do comodismo que sempre o espreitam; só no evangelho e na oração poderá encontrar a força para essa pobreza material que o conduz à gratuidade absoluta, no seu trabalho com os outros. Uma pobreza material que pode conduzir a uma riqueza espiritual.Vivemos uma jornada muito útil. O Irmão Joaquim, vice-provincial, terminou fazendo um apelo aos presentes para que se deixem conquistar por esse tipo de experiências. São elas que robustecem a nossa vida pastoral e missionária. São mais formadoras do que muitos sermões. Assim são formadoras jornadas como esta que vivemos, tendo como pano de fundo a vida missionária já vivida e aquela que queremos viver. Fica o convite formal para todos se tornarem multiplicadores do Projeto missionário AG, nos lugares onde realizam a sua própria missão.________________Rosana Alves (Delegada de Pastoral)Ir. Teófilo ? Coordenador do Projeto Missionário ?Ad gentes?Curitiba, 28 de outubro de 2010

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