Que serviço de liderança ofereces aos que te rodeiam?

Sob o lema: "Quem não vive para servir, não serve para viver", foi levada a efeito, na casa de encontros São José do Paraíso, da ‘Perla del Sur’, em Cuba, a Escola de Líderes I, de 14 a 19 agosto de 2012. O objetivo do encontro foi proporcionar um espaço à juventude, para um encontro profundo consigo mesmo, com Jesus Cristo, com os outros, e formar-se de forma experiencial para a missão que o Senhor, nos seus planos, tem para cada um dos jovens participantes. Na Escola de Líderes I participaram 38 jovens das Dioceses de Matanzas, Santa Clara, Cienfuegos e Ciego de Ávila.

Muitas vezes, ouvimos pessoas afimar que, “em nível pessoal, alguns jovens estão bem, são bons, mas não há compromisso grupal, não há líderes que levem os grupos a assumir responsabilidades."  “A maioria dos jovens não tem a devida preparação, não tem recursos para se formar nem as ferramentas para tomar as rédeas e criar … "  "Que há pouco protagonismo nas pessoas jovens e que isso se deve  a muitas razões … " “Que eles se arvoram em protagonistas do que é feito… " “Não se nota  nenhum compromisso sério e real … " “Que a Igreja … não é o espaço privilegiado para muitos deles … " “Que se reproduz uma estrutura paternalista … " “Que há carências afetivas e deficiências antropológicas, manifestadas em diversas atitudes ​​… " “Que não há protagonismo  ("Enlace J” Revista da Pastoral Juvenil Cubana p. 4).

 E eu me pergunto: não seria possível, em vez de nos queixarmos e vermos as suas sombras, colocar-nos em sua pele e tentarmos caminhar com e ao lado deles, como fez Jesus com seus discípulos lentos e ignorantes? Não seria possível que os sábios e experientes animadores, e peritos em pastoral juvenil, ouvissem  os gritos e as necessidades básicas dos jovens que eles têm em seu metro quadrado? Seria possível perder uma noite com eles, na rua G de Havana ou na ‘maior passarela de Cuba’ –  o Malecón Cienfuegos (o molhe de Cienfuegos) – ou outro lugar que eles identifiquem como espaço seu? Se é possível partilhar com eles uma partida de futebol, um jogo de dominó, um dia de praia e de sadio lazer, também é possível acompanhá-los para que assumam lideranças na Igreja e na sociedade cubana. Dizem que querer é poder.

São importantes os espaços como a música e o grupo coral para o serviço do altar. São importantes os acólitos e os leitores na Eucaristia. São importantes os catequistas, os animadores de adolescentes e jovens. São importantes os jovens missionários, as visitas a lares de idosos e doentes. São importantes a formação a partir da experiência e a oração. Mas também é muito importante deixar que os jovens sejam e façam, para se tornarem protagonistas de suas vidas, sonhos e ideais.
Que bom que os jovens das nossas comunidades conquistem espaços culturais, desportivos, de comunicação, redes sociais e desenvolvam a consciência crítica ante os acontecimentos. Que bom que lhes apresentemos a pessoa de Jesus Cristo e o projeto do Reino de Deus. Que bom seria também que os ajudássemos a discernir o plano que Deus tem para as suas vidas, no aqui e agora da história.

Não sei se os jovens indignados da Espanha, do Egito e da chamada ‘Primavera Árabe’ fizeram uma Escola de Líderes; o que sei é que eles são os protagonistas da história no metro quadrado em que vivem. Não sei se os estudantes chilenos ou aqueles do movimento “Yo soy 132” do México experimentaram uma Escola de Líderes; o que sei é que eles exercem a liderança, no tempo e no espaço do país em que lhes tocou viver. E tu, tu és protagonista da tua vida e da tua história? Que

serviço de liderança tens para oferecer aos que te rodeiam?
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Ir. Héctor – Cienfuegos