Termina em Florianópolis o Programa Espiritualidade do Coração

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De 31 de janeiro a 22 de fevereiro, 49 participantes de 13 Províncias Maristas de língua espanhola e portuguesa se encontraram para compartilhar a vida e a espiritualidade na Casa Marista de Florianópolis (Brasil Centro-Sul), em um programa coordenado pela Equipe de Formação Permanente do Instituto.

“Descer ao coração e sair ao encontro”

Uma experiência não só para ter referências ou conhecer melhor a nossa espiritualidade, mas sobretudo para encarná-la e torná-la vida. Iniciamos nosso itinerário com o Irmão Óscar Martín Vicario, que nos situou na espiritualidade do coração como unificadora, encarnada e inclusiva. Ela nos convida a olhar para dentro de nós mesmos, é um fogo que nos emociona e que nos leva a olhar o mundo de uma maneira pacífica, humilde e compassiva, e a reconhecer a presença de Deus que nele habita.

Com Gustavo Balbinot rezamos com o coração, uma oficina que nos serviu para uma conexão mais profunda como grupo, a partir do encontro no Deus que nos habita.

Na segunda semana, Josean Manzanos nos levou ao mundo da interioridade como um caminho para chegar ao que está no âmago do nosso coração. De maneira experiencial, e ancorando-nos na atenção plena, no silêncio e na quietude, começamos a reconhecer o que estava na nossa mente, como vivíamos no nosso corpo, encontrar as nossas emoções, e olhar para o significado, a consciência existencial que temos, a partir do profundo do nosso coração.

Com o Irmão Ismar aprofundamos a referência de Maria na nossa espiritualidade, uma mulher judia, mãe e discípula que nos convida, como ela fez, a partir da nossa realidade concreta, a estarmos abertos ao que Deus quer de cada um de nós, o que provavelmente nos desafia, nos questiona a ser em nossa vocação. Como Maria, uma espiritualidade do coração que nos convida a abraçar o que somos, e a vivê-lo em profundidade, a responder a partir de nossas fraquezas e dificuldades, e a ser plenamente o que Deus nos chama a ser.

Em Curitiba, guiados por Angelo Ricordi, visitamos o Memorial Marista, onde contemplamos nossas origens e a espiritualidade de Marcelino e da comunidade dos primeiros irmãos. Pudemos ver como suas intuições e modos de ser abrem caminhos para sermos mais profundos, a viver na presença de Deus; e aprendemos a ser mais humanos, mais próximos, a ser uma verdadeira família marista.

Vivemos a última semana do programa com a referência do encontro com os pobres e os mais desfavorecidos com a orientação do Padre Wilson, e o reconhecimento de sermos uma Igreja Sinodal que nos chama a viver a nossa missão e a espiritualidade marista no mundo de hoje, por meio das palavras do Ir. Ernesto Sánchez. Terminamos com um retiro e com a partilha do que estes dias significaram para nós.

Podemos afirmar que nosso coração se comoveu nestes dias. Sentimo-nos como uma família, encontramo-nos em profunda comunhão uns com os outros. Este programa em nível pessoal para cada um foi uma ancoragem no que somos e no que vivemos, e desejamos continuar a viver a partir daí, a partir desse coração e do Deus que nele habita.

Algo de muito bonito nestes dias foi a forma como nos relacionamos, como partilhamos, como nos calamos e rezamos juntos, como nos conhecemos com calma e profundidade, os diálogos e encontros ricos que vivemos, os olhares e gestos de carinho contínuos, além de nos reconhecermos como filhos amados de Deus, e construirmos uma família marista com uma espiritualidade do coração que nos torna mais humanos e mais irmãos.

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Eladio Díez – Província Compostela

Testemunhos

Minha experiência foi uma oportunidade de me reconectar com meu desejo profundo de viver com Deus, experimentar sua presença, manifestá-la e percebê-la na minha vida cotidiana e na missão marista. Senti que estar em Florianópolis nestes dias renovou meu desejo de adotar os meios para continuar o cultivo da espiritualidade do coração, ou seja, aquela que vai ao âmago de mim mesmo, dos outros e de tudo o que existe. Sinto que o caminho que posso trilhar, e que cada um pode trilhar, é um patrimônio para o nosso Instituto e para o mundo. É como se cada um de nós, a partir dos nossos lugares, pudesse continuar a fazer avançar a vida, ao avançá-la em nós mesmos e no lugar que nos rodeia.

Ir. Juan Antonio Sandoval, América Central

Saio de Florianópolis mais leve e sereno e com a convicção que a verdadeira fraternidade brota do nosso coração. Como irmão devo viver esta espiritualidade do coração no meu cotidiano sendo eu mesmo, respeitando as pessoas, sendo solidário e sobretudo humano. Foi uma honra poder fazer esta experiência com leigos e irmãos de língua espanhola e portuguesa.

Ir. José Aderlan, Brasil Centro-Sul

O curso Espiritualidade do Coração foi uma experiência de vida em que pude compartilhar não só o encontro comigo mesma, mas o encontro com os outros. É maravilhoso ver a paixão com que se viveu o amor a Jesus, tendo presente o carisma de Champagnat por meio do diálogo e da partilha de culturas diversas, em que irmãos e leigos concordamos sobre a importância de uma espiritualidade encarnada com uma visão voltada para o outro. Agradeço ao Instituto por me proporcionar uma experiência tão linda.

Shirley Nieto, Norandina

“Encontrar Irmãos, Leigos e Leigas de diferentes países e culturas durante mais de três semanas é uma riqueza e uma graça. Poder compartilhar a Vida, a Espiritualidade e a Missão que nos une como Maristas de Champagnat deixa uma marca significativa em mim.

Resta o desafio-compromisso de dar vida aos apelos que aqui surgiram para que a Espiritualidade do Coração continue a gerar vida em nós e nos nossos ambientes.”

Ir. José Luiz, América Central

“Para mim, uma das experiências marcantes foi a ênfase dada ao cultivo da interioridade como forma de potencializar o cultivo de uma espiritualidade unificadora, encarnada, inclusive, sensível à outra pessoa, de modo especial crianças e jovens em maior vulnerabilidade. Fica o desafio de crescer e ajudar outras pessoas a crescerem em interioridade, reconhecendo Deus como Amor na vida cotidiana, seguindo os passos de Jesus, do jeito de Maria, como fez São Marcelino Champagnat.

Renato Biasi, Brasil Sul Amazônia