19 de junho de 2022 CASA GERAL

20 de junho: dia mundial dos refugiados

“Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito”.

A Bíblia nos conta, no Evangelho segundo São Mateus (Mt 2,13-14), que José foi advertido por um anjo do Senhor a fugir para o Egito, junto com Maria e o recém-nascido Jesus. “Depois que eles partiram, um anjo do Senhor apareceu em sonho a José, dizendo: Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito, e fica lá até que eu te diga; pois Herodes vai procurar o menino para matá-lo. José levantou-se, tomou à noite o menino e sua mãe, e retirou-se para o Egito”.

Infelizmente, a história da humanidade está cheia de HISTÓRIAS de pessoas que tiveram que deixar suas casas, suas famílias, suas terras, suas vidas… para ir viver no novo, no desconhecido. E dizemos HISTÓRIAS com letras maiúsculas porque por trás disso está a vida de pessoas que sofreram e continuam sofrendo com o desenraizamento e a vulnerabilidade.

Todo dia 20 de junho, as Nações Unidas comemoram o Dia Mundial do Refugiado. Como Maristas de Champagnat, hoje também queremos lembrar as pessoas que são obrigadas a deixar sua terra e começar uma nova vida longe de suas casas. As Nações Unidas, e nós juntamente com eles, queremos tornar conhecida essa situação, querem/querem estar do lado dos que sofrem.

Em grande parte do mundo, os noticiários nos lembram todos aqueles que tiveram que fugir da barbárie da guerra na Ucrânia. Não é só este país. São muitas as situações de guerra, injustiça, fome… que levam milhares de pessoas a abandonar suas vidas em busca de uma vida em paz e dignidade.

Às vezes, sem perceber, podemos ficar imersos no pensamento de que existem refugiados de primeira e de segunda classe. Por que a mídia nos fala sobre a guerra na Ucrânia e não em outros lugares do mundo? Por que alguns líderes são a favor de acolher alguns refugiados com base em sua origem? Não caímos também na armadilha de distinguir as pessoas pela sua origem, ou pelo seu credo, ou pela cor da sua pele? O Dia Mundial do Refugiado, para este 2022, nos lembra que não deve importar quem são essas pessoas, ou em que religião acreditam, ou de onde vêm, ou quando, como ou por que foram forçadas a fugir.

O Papa Francisco, em Fratelli Tutti (11), nos diz que estamos sempre a caminho, que devemos lutar todos os dias para conquistar a justiça e a solidariedade. A necessidade de continuar nesse caminho a vemos nos jornais e na mídia. O mundo se encontra, muitas vezes, rompido pela dor, rompido pelo sofrimento de quem só pode fugir para salvar sua vida e a de seus entes queridos.

Além disso, o XXII Capítulo Geral dos Irmãos Maristas chama a atenção para a necessidade de “comprometer-se decididamente a defender” a dignidade dos refugiados e migrantes, buscando sua inclusão na sociedade. Como Maristas de Champagnat, somos chamados a responder a este desejo do Capítulo. Temos projetos admiráveis ​​que tentam ajudar milhares de deslocados nessas situações. Pensemos, por exemplo, no projeto “Fratelli” que desenvolve no Líbano, há anos. São iniciativas que ajudam a encontrar trabalho, que oferecem cuidados médicos, que prestam serviços de ajuda psicológica e, sobretudo, iniciativas que visam proporcionar um espaço educativo adequado e adaptado às características e necessidades pessoais.

Não podemos ficar parados, não podemos nos refugiar no “eu” e esquecer o “nós”, que é onde se encontra a verdadeira dignidade de todos os seres humanos.

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Ir. Ángel Diego García Otaola – Diretor do Secretariado de Solidariedade

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