5 de junho de 2014 CASA GERAL

6 de junho

A história dos Irmãos Maristas é uma história de paixão e compaixão. Marcelino Champagnat nos intuiu nos olhos de Jean-Baptiste Montagne, um jovem agonizante que estava para deixar este mundo sem saber o quanto Deus o amava; daí nascemos, os Irmãos Maristas.

A vida de Champagnat é uma história de paixão por Deus e compaixão pelas crianças e jovens desamparados. Ele dizia: “Não posso ver uma criança sem que me venha o desejo de dizer-lhe o quanto a ama Jesus Cristo”.

Quando Marcelino percebeu que Deus lhe chamava a algo maior do que ele mesmo, era certamente como esse jovem da foto. Um garoto da aldeia, que tinha abandonado a escola e que passava o dia controlando o rebanho da família. É surpreendente como num ambiente rural, fechado ao mundo geográfica e culturalmente, Deus pôde colocar em seu coração tamanha amplitude de visão. Tanto que muitos pensavam que estivesse fora de si quando dizia que “todas as dioceses do mundo entram em nossos planos”. No entanto, hoje quase 3.500 Irmãos Maristas, seus filhos, estamos em 80 países do mundo.

Na minha situação atual, vivendo em um lugar rural e sem horizontes, como aquele em que viveu Champagnat, muitas vezes me digo que uma das minhas missões é dizer a esses jovens que têm algo grande para fazer no mundo, abrir-lhes a mente, os olhos e o coração. Quem sabe quantos Champagnat existem escondidos nos jovens que cuidam dos seus búfalos, que cultivam o arroz, que recolhem folhas de chá ou dirigem um “rickshaw”…

Quando o Pe. Marcelino estava para morrer, um Irmão se aproximou de sua cabeceira, tomou sua mão e lhe pediu: “ Pai, não se esqueça de nós quando chegar no céu. ” Marcelino lhe respondeu simplesmente: “ Esquecer-vos? Isso é impossível. ” Como poderia um pai esquecer de seus filhos; é impossível. Hoje, na festa de São Marcelino Champagnat, desde esse remoto rincão do Instituto em que vivo e trabalho, eu também me atrevo a pedir-lhe que não nos esqueça, mesmo sabendo que isso é impossível.

 class=imgshadowPadre Champagnat, não se esqueça de seus Irmãos lutando pela defesa dos direitos humanos na Síria, nem dos Irmãos que sofrem enormes dificuldades no Paquistão, Haiti, Cuba, África Central ou Líbano, dos Irmãos que vivem escondidos e anônimos em outros países que não devo mencionar aqui, dos Irmãos que entregam suas vidas cada dia nas aulas ou em escritórios, nos bairros periféricos das cidades, em escolas prestigiosas de classe média ou em zonas rurais remotas, dos Irmãos que ensinam nas universidades ou em pequenas escolas primárias, dos Irmãos que tratam de semear nosso carisma na América, Europa, África, Ásia e Oceania. Não esqueça das nossas lideranças, sucessores seus, que tentam ser seu retrato vivo.

E não esqueça da legião de leigos, tão maristas quanto os Irmãos, que trabalham, vivem e rezam conosco, que trazem cravado em suas almas e em seus corpos o espírito marista, e que não deixam de crescer cada dia como um sinal dos tempos. “Pai, não nos esqueça…” Boa Mãe, não nos esqueça.

Sinto-me orgulhoso de pertencer a essa tradição de paixão e compaixão, sinto-me orgulhoso e agradecido por sentir dentro de mim também a urgência de fazer com que as crianças e jovens saibam o quanto Deus os ama, de fazer com que percebam que Deus é bom, que é Pai.

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Ir. Eugenio Sanz, Bangladesh
Diario di un misionero en Asia: http://blogs.periodistadigital.com/misionero-en-asia.php

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