A comissão dos historiadores para a causa dos mártires da Argélia
Entre os dias 2 a 5 de setembro de 2009, a comissão dos historiadores para a causa dos mártires da Argélia reuniu-se na Casa-geral dos Trapistas, em Roma.
Essa comissão é constituída de três historiadores : o Pe. Jean Jacques Pérennès, dominicano e presidente da comissão, o Pe. Ivo Dujardin, trapista, e o Sr. A. Jomier, um jovem historiador que muito trabalhou n Argélia.
O trabalho dos historiadores consiste em reunir a maior documentação possível sobre a pessoa do mártir e sobre o contexto em que viveu. Os documentos pessoais vão da Certidão de nascimento ao Atestado de óbito, mas incluem também os diversos diplomas de estudo, a carteira de identidade, o passaporte? Todos os escritos públicos ou inéditos do mártir: livros, artigos, cartas? E o máximo do que foi dito sobre o mártir, antes, durante e depois da morte, nos meios de comunicação e nos livros.
Quando se pensa que a causa inclui 19 mártires, entre os quais um bispo que muito pregou e escreveu, assim como os 7 monges trapistas, sobre os quais foram escritos muitos livros e centenas de artigos?, a massa de documentos torna-se enorme. E tudo isso é incluído no dossiê da causa.
A comissão dos historiadores deve fazer um relatório do trabalho executado, dos arquivos e das bibliotecas consultados, e sobretudo, esboçar um perfil humano de cada mártir. Depois, cada historiador é convocado pelo tribunal diocesano e interrogado sobre seu conhecimento dos mártires.
O trabalho dos historiadores é um dos mais importantes, numa causa : eles reconstituem o contexto histórico, de modo que cada mártir é percebido dentro de uma rede de fatos e documentos que provam e falam de sua humanidade.
O trabalho dos teólogos é diferente : eles leem os escritos públicos e pessoais de um confessor ou de um mártir, para avaliar sua conformidade com a doutrina da Igreja, e concluem com o perfil espiritual do candidato à canonização. Não têm documentos a procurar.
Para nós, o que é importante, acima da curiosidade sobre como trabalham uns e outros, é o conhecimento que temos de nossos santos, o lugar que lhe damos em nosso afeto e a imitação consequente.
A causa de nossos mártires da Argélia está ainda em seus primeiros passos; está na fase diocesana? Nosso caminhar é apressado, mas o caminho é longo.
Ir. Giovanni Maria Bigotto