12 de dezembro de 2007 ESPANHA

À escuta da realidade do Instituto e da voz dos jovens

Os trabalhos do dia 6 de dezembro iniciam com a exposição dos planos de animação provincial de cada uma das cinco Províncias da Europa. A exposição do que se faz para despertar e acompanhar as vocações, nas cinco Províncias, manifesta que há energias, que se dão passos e que há diversas programações e processos em andamento. Cada Província fez sua caminhada, deu respostas aos tempos que vivemos. Inclusive, foram realizadas algumas ações de pastoral vocacional com excelente colaboração interprovincial. Porém, há também a impressão de que, coletivamente, estamos diante de um muro que nos impede de caminhar.

Depois de escutar o relatório do que cada Província faz, o Ir. Emili Turú refletiu sobre a atitude a cultivar, ante o obstáculo. Podemos desertar e abandonar nosso propósito ou enfrentar o desafio e superar o muro que nos impede de caminhar. ?O interessante é que se pode ultrapassar o muro?, observou o coordenador.

A reflexão do Ir. Emili continuou referindo-se à crise atual da vida religiosa como sendo uma crise generalizada, não devida à vida religiosa, em si. O processo de secularizção não provém de interrogações religiosas, mas da vida social. O desenvolvimento econômico generalizado contribuiu para essa situação. Se experimentamos uma crise é porque tudo está em crise. Não é um problema da Europa, mas das sociedades tecnológicas. Por isso, o desafio é uma oportunidade de viver novos caminhos, para suscitar novas formas de vida, numa sociedade secularizada. E deixou este questionamento: ?A Europa, que viu nascer a vida marista; terá a coragem de oferecer uma vida religiosa nova, para o futuro??

Em seguida, sua reflexão avançou com grande confiança no futuro. ?Na Europa, a vida marista tem futuro?. Não é pela primeira vez que o Instituto enfrenta crise similar. E recordou a profunda crise do laicismo, na França, dando origem à expansão do Instituto para além fronteiras. Seus interrogantes constituem um desafio a ser afrontado: ?Face a esta crise, teremos a audácia de gerar algo novo, não apenas para nossos irmãos europeus, mas para todos os irmãos do Instituto??

Concluiu referindo-se aos jovens dessas sociedades secularizadas e que têm direito a que alguém lhes anuncie Jesus e lhes proporcione a possibilidade de viver uma vida religiosa. O Evangelho vige em todos os continentes. A Europa necessita de aprender de si mesma. Uma sociedade diferente requer uma vida religiosa marista também diferente. O novo não termina de nascer, nem o velho acaba de morrer. Na medida em que a vida marista encontrar seu lugar, sua identidade será mais clara, sua evangelização, mais eficaz e aos jovens ela parecerá atrativa.

Trabalho em grupos

Vamos destacar alguns pontos mais salientes do trabalho em grupos. Em todas as Províncias, abre-se caminho. Ninguém está parado. As Províncias têm numerosas iniciativas e implantaram novos processos. Há iniciativas e projetos que se assemelham. Mas, se nascer algo novo, dificilmente será nas estruturas que temos atualmente. Essa reflexão deve ser acompanhada de uma preocupação pelo diálogo pessoal com os jovens, em torno de sua procura de sentido, de sua fome e sede de Deus. É preciso descobrir quais são os lugares e os caminhos dessa experiência de Deus. São importantes os pobres, as referências testemunhais e as situações de limite.

A comunidade e as vocações

Alguns membros do grupo se perguntam por que não temos vocações, dentre os alunos de nossos colégios. A vida marista precisa de uma fisionomia nova que seja significativa para os homens de hoje. Cabe-nos viver num tempo em que a sociedade está mudando e que se constitui em oportunidade. Uma sociedade está sendo gerada. Que estilo de vida precisamos gerar para essa sociedade nascitura? Comunidade e missão, testemunho de vida são fundamentais na pastoral vocacional. A vida dos irmãos é parecida com a cultura ambiente? O que nos diferencia? Podemos aceitar os valores da sociedade e não queixar-nos da situação? É possível inventar um novo estilo de vida marista?

Ajudar os jovens a partir da comunidade é um serviço muito importante, podemos convidá-los a se unirem a nós. Nosssas comunidades precisam estar abertas aos jovens, acompanhá-los em experiências vocacionais ou de crescimento pessoal. Muitos ficam impressionados, apesar das fragilidades que encontram em nossas vidas. Nossas comunidades pode ser vistas mais positivamente do que o fazemos nós.

A melhor pastoral vocacional é a própria vida. Os membros dos Conselhos provinciais são convidados a assumir uma liderança criativa para dar respostas de vida, entre os irmãos e as comunidades. Nem todos os irmãos pensam do mesmo modo. Como podemos sintonizar com uma linha comum? Como sair dos limites de nossa Província e sentir-nos responsáveis pela Europa? É bom observar o que oferecem de novo as comunidades novas. A comunidade de Taizé foi lembrada, várias vezes.

Algumas perguntas

A vocação marista tem futuro, tanto para os irmãos como para os leigos. Que diferença há entre o chamado a ser irmão e a ser leigo marista? O que acrescenta o irmão à vocação do leigo marista? A vida de Champagnat é apreciada pelos jovens; por que eles não apreciam ser irmão? As vocações provêm de lugares pobres; estamos onde precisamos estar?

Depois de compartilhar essas idéias, os irmãos dedicaram um tempo pessoal à oração para escutar o Espírito, na busca de respostas criativas.


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