1 de outubro de 2004 JAPãO

A MENINA QUE CONTINUA A FUGIR DO NAPALM

Trinta anos passaram, mas a menina continua a correr, a chorar e a gritar. Ela está nua, não tendo como única vestimenta senão o medo. Uma nuvem escura e ameaçante a persegue, é uma nuvem de napalm. A garotinha tem nove anos e se chama Kim Phuc; o nome do seu vilarejo é Tang Bang, que fica há alguns quilômetros de Saigon, durante os anos da ?gerra suja? do Vietnam.
A foto não é mais que um ponto de partida. Kim sobreviveu e consegue agora mostrar corajosamente as enormes cicatrizes que o napalm deixou sobre sua pela. Mas ela repete continuamente que as feridas, as mais terríveis, são interiores. No entanto, todo esses sofrimentos não a impediram de crescer, de a amar a vida, de tornar-se embaixadora da paz pela Unesco. Seu rosto, sua determinação e seu dinamismo nos dizem que ela venceu.
Um mês já se passou depois da tragédia na escola de Beslan (Rússia). As crianças que a mídia nos mostrou durante esses dias parecem muito com a pequena Kim. Do mais profundo do nosso coração nós desejamos que todos possam conseguir vencer, e poder, enfim, continuar amando a vida. São situações como essas que deveriam suscitar em nós os mesmos sentimentos que o Padre Champagnat sentiu diante da morte de João Batista Montagne: ?Quantos outros meninos se encontram, todos os dias, na mesma situação… porque não têm ninguém..?
Eu, você, nós… podemos fazer alguma coisa pelas crianças de Ossétia do Norte (Sudeste da Rússia), por aquelas que moram em nosso bairro, por aquelas que vivem perto de nós: vencer o ódio pelo amor.

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