5 de novembro de 2022 CASA GERAL

Como chegamos ao Fórum Internacional sobre a Vocação Marista Laical?

A terceira etapa do Fórum Internacional sobre a vocação marista laical começou em 4 de novembro. Como chegamos até aqui? O Irmão Guillermo José Villarreal Cavazos, secretário da reunião em Roma, explica essa trajetória.

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Desde a origem da Sociedade de Maria, nos idos de 1817, fala-se dos leigos maristas, que eram chamados de Terceira Ordem. Essa Ordem Terceira foi desenvolvida pelos Padres e Irmãs Maristas, e dela surgiram as Irmãs Missionárias Maristas.  Entre os Irmãos Maristas, ao longo do século XIX e início do século XX, a idéia de um laicato marista foi pouco desenvolvida, mas o carisma marista foi sempre compartilhado com os antigos alunos. Alguns professores leigos também foram integrados, pouco a pouco, em nossas escolas e se sentiram chamados a participar da espiritualidade e da missão.

No nível eclesial, os leigos ganharam grande impulso durante o Concílio Vaticano II, sendo uma das principais reflexões durante a elaboração da Lumen Gentium (1964). O conceito da Igreja estava evoluindo, agora preferindo ver a Igreja como Povo de Deus, como Corpo de Cristo, e como Templo do Espírito Santo. A conseqüência é que todos somos chamados à santidade, ou seja, viver com paixão por Deus e compaixão por nossos irmãos e irmãs.

No Instituto, a tarefa de renovação da Vida Religiosa solicitada pelo Concílio Vaticano II tomou todo o período do governo do Irmão Basílio Rueda. Mesmo se, a partir do XVII Capítulo Geral (1976), começamos a falar de “Família Marista”, só no XVIII Capítulo Geral (1985), após a redação das novas Constituições e a eleição do Irmão Charles Howard como Superior Geral, começou a reflexão sobre uma missão partilhada e sobre o Movimento Champagnat da Família Marista, a primeira estrutura formal do laicato marista.
Entre o Concílio Vaticano II e a eleição do Irmão Charles Howard, o número de Irmãos diminuiu, mas a obra marista cresceu, o número de obras e o número de alunos em nossas escolas aumentou significativamente, graças à incorporação de leigos na Missão. Não falamos mais de colaboradores, mas de uma missão compartilhada.

Em 1988, o Papa João Paulo II publicou a Exortação Apostólica pós-sinodal Christifideles Laici, que trata da vocação e missão dos leigos na Igreja.
No Instituto, alguns leigos, homens e mulheres, são convidados a participar de Capítulos Gerais. A primeira participação de leigos foi no 19º Capítulo Geral (1993), com 14 leigos. No capítulo seguinte (2001) houve 17. E continuou com a presença de 10 leigos no 21º Capítulo Geral (2009).

As questões sobre se os leigos podem compartilhar o carisma de Champagnat e a identidade do leigo marista são aprofundadas com o documento “Em torno da mesma mesa” (2009) e a questão de como acompanhar e formar leigos maristas com o documento “Ser leigo marista” (2018).

Em 2002, pela primeira vez, foi criada uma Comissão para os leigos vinculada à Administração geral, composta de quatro Irmãos: três deles Conselheiros gerais e o Secretário.

Em 2004, o Conselho Geral nomeou uma comissão internacional para criar uma Assembléia Internacional da Missão Marista, realizada em Mendes (Brasil), em 2007. Pela primeira vez, houve representação leiga simultânea em nível provincial, regional e internacional. Em Mendes, 50 leigos e 44 irmãos participaram.

Em 2006, a Comissão dos Leigos foi transformada no Secretariado dos Leigos, com um diretor – um irmão -, incluído na Comissão da Missão. Para apoiar esta nova estrutura, o Conselho Geral aprovou a criação de um Secretariado Ampliado dos Leigos (2007), composto de dois irmãos – incluindo o diretor do Secretariado – e três leigos.

Em setembro de 2014, foi realizada a II Assembléia Internacional da Missão Marista em Nairóbi (Quênia). Com a participação de mais de 110 leigos e irmãos, os principais temas da missão marista, da espiritualidade e da relação entre irmãos e leigos foram examinados em profundidade.

Em 2017, após o 22º Capítulo Geral, o Secretariado dos Leigos foi renovado, tendo leigos como diretores e co-diretores pela primeira vez.

Foi dentro deste secretariado que se começou a falar sobre a conveniência de organizar um Fórum Internacional sobre o Laicato..

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