4 de novembro de 2022 CASA GERAL

Ir. Ernesto: Cada um de nós tem a sua própria história vocacional, que é única e diferente

SAUDAÇÃO NO INÍCIO DO FÓRUM INTERNACIONAL DA VOCAÇÃO MARISTA LAICAL

Ir. Ernesto Sánchez Barba, SG / Roma, 4 de novembro de 2022
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Começo com um agradecimento pela presença de cada um de vocês, nesta terceira etapa do Fórum internacional sobre a vocação marista laical.

Chegamos a esta terceira etapa, que se realiza em forma presencial, depois de fazer um percurso de reflexão e discernimento em nível local, e nas Províncias e Distritos.

Muito obrigado a todas as pessoas que participaram nessas primeiras etapas. Obrigado pelos serviços de organização e acompanhamento que muitos de vocês ofereceram.

Meu agradecimento também aos que prepararam esta reunião, particularmente o Secretariado de Leigos, o Secretariado Ampliado, os facilitadores, e os irmãos e leigos que asseguram diversos serviços nestes dias (tradução, viagens, logística, etc).

Obrigado ao Ir. Luis Carlos, Vigário geral e aos irmãos do Conselho geral presentes no Fórum durante esses dias. E a Luiz da Rosa, representando os leigos e leigas da Administração geral.

“Caminhar como família marista global”, é o convite que nos fez o XXII Capítulo geral. Esse processo do fórum internacional é uma maneira concreta de realizar  esse caminhar, como o é este encontro. Como estão sendo tantas outras reuniões, redes, etc. que se realizam no Instituto.

Creio que durante estes dias poderemos viver de maneira bem real o que significa encontrar-nos ao redor da mesma mesa. A Mesa de La Valla, onde Champagnat e os primeiros Irmãos conviviam e compartiam, é essa mesma mesa que nos acolhe a tantas pessoas que vibramos com o carisma marista, sentindo e vivendo a mesma inspiração que recebeu São Marcelino. Uma mesa da que todos podem se aproximar. Esta é a maravilha deste dom à Igreja e ao mundo, que nos faz sentir como uma grande família no carisma marista.

Na Circular “Lares de luz” (3º capítulo) expressava algumas ideias:

  • Cada um de nós tem a sua própria história vocacional, que é única e diferente. Talvez o Espírito tenha se valido de um mínimo detalhe para atrair nossa atenção e, no correr do tempo, fomos discernindo e confirmando o chamado, buscando dar nossa melhor resposta. (p.124)
  • O documento Em torno da mesma mesa, referência para a vocação laical marista, assim se expressa: “Dentro dessa comunhão eclesial, o Espírito fez brotar, entre os leigos, carismas que nasceram, em sua origem, em institutos religiosos. O dom do carisma  compartido inaugura um novo capítulo, rico de esperanças no caminho da Igreja. O carisma de São Marcelino Champagnat se expressa em novas formas de vida marista. Uma delas é a do laicato marista”. (IRMÃOS MARISTAS, Em torno da mesma mesa. A vocação dos leigos maristas de Champagnat, Roma, 2009, nº7) (p. 125).
  • Ao longo dos últimos anos, temos realizado uma caminhada importante com relação à vocação laical marista. Ainda temos caminho pela frente. Contamos hoje com um grande número de leigos e leigas que discernem sobre sua maneira de viver e comprometer-se com o carisma marista. Há os que pertencem às fraternidades do Movimento Champagnat da Família Marista. Outros fazem parte de diversos grupos ou de algumas Associações. Muitos se comprometeram por um bom tempo na missão. Existe um grupo que realizou algum tipo de compromisso dentro de algumas Províncias. Sabemos que, entre todos esses, há um grupo nuclear, que vive de coração sua vocação cristã e marista. (126)
  • O XXII Capítulo geral insistiu na comunhão, na corresponsabilidade da vida e missão maristas, nas estruturas e nos processos. Caminhar juntos, em comunhão, maristas de Champagnat, apaixonados e plenamente comprometidos, é uma chave importante e capital para o futuro do carisma marista. (127)
  • Insisti em que, tanto irmãos como leigos, poderíamos crer profundamente que Deus continua suscitando a vocação marista de irmão em nossos dias.
  • E também é para todos, irmãos e leigos, o chamado a crer profundamente que o Espírito está suscitando a vocação marista laical e que teríamos que colocar mais energia e meios para acompanhá-la e desenvolvê-la.

Em algumas ocasiões comentei que toca a vocês, leigos e leigas maristas, descobrir o rosto marista laical. Os irmãos podemos partilhar nossa experiência e testemunhar nossa vivência como consagrados. A vocês corresponde fazer essa aplicação do  carisma marista em suas vidas, seguindo a inspiração do Espírito, essa mesma inspiração que moveu o coração de Marcelino desde os inícios.

  • Talvez em algumas partes do mundo se acolha com mais facilidade o surgir desta vocação. Em outros lugares, parece que ainda não há claridade suficiente. Então, colaboramos pouco para suscitar, acolher e fazer crescer o dom do laicato dentro do Instituto e da Igreja. (128)

Convido-os, durante estes dias, a ter uma atitude de escuta atenta e aberta, a colher e abraçar a diversidade, como um dom (e não como um obstáculo). A enfrentar, o desafio da diversidade linguística e cultural; há sempre maneiras de comunicar-nos e entender-nos, uma vez que contamos com o mesmo dom do carisma marista.

Convido-os a escutar no fundo do nosso coração as intuições que o Espírito nos ofereça nestes dias, de maneira que possamos expressar os temas e linhas que permitam continuar aprofundando e avançando no tema da vocação marista laical. Assim, nas etapas que se realizarão nos próximos dois anos, poderemos ter conclusões e sugestões para serem apresentadas no próximo Capítulo geral, em 2025.

Na Conferência geral, recordava aos Irs. Provinciais e Superiores de Distrito a capacidade de Marcelino de “olhar além”. E fazia o convite para que nestes momentos que vivemos, com grandes desafios, também tenhamos a capacidade de “olhar além”.

Esse convite repito hoje a este grupo. Nestes dias, tratemos de por nossa imaginação, nossos diálogos, nossa reflexão e oração, buscando “olhar além”.

O Papa Francisco, em sua homilia de 2 de fevereiro de 2022, falando do olhar, dizia:

“Um olhar novo para nós mesmos, para os demais, para todas as situações que vivemos, inclusive as mais dolorosas. Não se trata de um olhar ingênuo, não, e sim sapiencial: o olhar ingênuo foge da realidade ou finge não ver os problemas; se trata, pelo contrário, de um olhar que sabe “ver dentro” e “ver além”; que não se detém nas aparências, mas que sabe entrar também nas fissuras da fragilidade e dos fracassos para descobrir nelas a presença de Deus”.

E na audiência do mês de março, nos dizia:

São Marcelino Champagnat. Soube “olhar além”, e soube ensinar aos jovens a “olhar além”, a abrir-se a Deus, aos horizontes do amor segundo o Evangelho. Guiou-se pelo exemplo da Virgem Maria, a “boa Mãe”, como ele a chamava.

Se nestes dias, temos a capacidade de “olhar além”, poderemos também voltar a nossas Províncias e Distritos com a capacidade de ajudar aos demais a ter esse olhar…

Como comentei na Conferência Geral, que nosso olhar seja sensível, profético, global e integrador, e de esperança.

Recordo-lhes igualmente que este chamado a viver e aprofundar o carisma marista favorece a missão e a atenção às crianças e jovens, sobretudo os mais necessitados.

Vivamos estes dias como Maria na Anunciação, com um coração livre e aberto à novidade. Estejamos atentos às inspirações que o Espírito nos dará. E vivamos este encontro em atitude de serviço a nosso Instituto, como família marista global.

Obrigado.

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