8 de março de 2024 FRANçA

Encontro de provinciais – Sexta-feira

Fotos

O tema do quinto dia do Encontro dos Superiores das Unidades Administrativas, 8 de março, foi “O futuro – Novo Hermitage: vida e missão.” O Ir. Josep Maria Soteras, Conselheiro Geral, preparou a oração que abriu a jornada. O grupo meditou sobre a construção da casa mãe do Instituto como uma parábola da história marista e dentro disso, de maneira contemplativa, refletiu sobre que papel cada um tem na construção do novo Hermitage.

O apelo a participar ativamente na nova construção da nova ‘casa’ foi o pano de fundo da primeira sessão, conduzida pelos Conselheiros Gerais Ben Consigli, Ken McDonald e Óscar Martín. No começo, o Ir. Ben Consigli fez uma reflexão sobre co-criação, uma característica divina com a qual todos são chamados a cooperar; com Deus, cada um é co-criador. Os Maristas o fazem com características particulares especialmente através da educação, atenção pastoral e defesa dos direitos. Como o Instituto faz isso? Durante os últimos anos, instrumentos privilegiados foram a criação de redes (Champagnat Global, Educação Superior, Pastoral Juvenil Marista, Editoras e Solidariedade) e solidariedade (FMSI, Voluntariado, Fondo Global), entre outros. Ao mesmo tempo, a cooperação na tarefa da criação se faz também através do acompanhamento e da vida comunitária e isso, no Instituto, precisa ser incrementado.

A esse propósito, o Ir. Óscar seguiu a reflexão destacando como os irmãos são co-criadores através da Vida Religiosa Marista. Sublinhou que a reflexão sobre a vida do Irmão Marista deve caminhar paralela ao trabalho em torno da missão e da promoção da vida marista laical. Com essa perspectiva de fundo, os participantes foram questionados sobre como imaginam o Instituto no futuro, como será a vida marista religiosa. Segundo o Ir. Óscar, é mister comprometer-se com uma ação determinada, com passos concretos. O novo Hermitage deve ser uma construção com uma nova mentalidade, novas chaves. E questionou ulteriormente: “Estamos preparados para viver em um instituto pequeno, com províncias menos fortes, com pouca presença? Como ser uma vida profética desde a fragilidade?” Convidou então o grupo a pensar e a a cada um para sugerir ao menos uma ideia sobre come deve ser a vida comunitária e a espiritualidade dos irmãos no futuro.

O terceiro momento da primeira sessão abordou o tema do próximo capítulo geral. O Ir. Ken, coordenador da Comissão Preparatória, anunciou que o Conselho Geral, na sessão plenária de fevereiro decidiu que o Capítulo será realizado nas Filipinas, de 8 de setembro a 8 de outubro de 2025. Em seguida, apresentou algumas ideias que estão sendo trabalhadas pela Comissão em vista do processo pré-capitular, que será lançado em setembro próximo com a carta convocatória do Superior Geral. Duas linhas essenciais que estão se delineando são o ser inclusivo e a necessidade de vislumbrar o futuro. A comissão pensa em 3 momentos para o processo: escutar a realidade (vida consagrada, espiritualidade, fraternidade, vocação marista laicas, MIMA III, realidade local, unidade administrativa); escutar o mundo exterior (o que está gerando vida, o que nos interpela?); em nível de unidade administrativa (onde encontramos vitalidade? Quais são as realidades e processos que nos desafiam? e qual a mensagem / sugestão para o capítulo). O Ir. Ken pediu que nas mesas os participantes refletissem e fizessem propostas para a Comissão preparatória do XXIII Capítulo Geral.

Financiamento da vida e missão maristas

O Ir. Jorge Gaio, Ecônomo Geral, na segunda sessão da manhã, abordou a dimensão da sustentabilidade e financiamento da vida e missão maristas. O Instituto é uma família global também na dimensão de recursos, onde é necessário trabalhar a sustentabilidade, liderança e inovação, conforme sublinhado pelo encontro de ecônomos, em 2023. O Ir. Jorge sublinhou que, em perspectiva de futuro, precisa balançar economia e missão como duas realidades integradas. Em seguida, com a colaboração do Ir. Goyo Linacero, foi apresentado o processo de desenvolvimento do plano de financiamento da vida e missão do Instituto. Foram destacadas três ações que estão à base da construção desse plano: redefinir critérios de contribuição das UAs com a Administração Geral; criar o incrementar os “fundos restritos”; criar um processo de doação voluntária capaz de gerar sustentabilidade das UAs, por meio da construção ou ampliação das obras educativas capazes de gerar recursos econômicos. Por trás das iniciativas que estão sendo desenvolvidas existe uma estratégia que visa diminuir a dependência econômica da Administração Geral respeito às Províncias, ajudar na construção da família global e promover a sustentabilidade das UAs. Por fim, os provinciais, nas mesas, puderam partilhar sobre esse processo e dar sugestões para o seu incremento.

Informações e oração nas fraternidades

A sessão da tarde começou com a oração mariana, animada por Manu Gómez, diretor do Secretariado dos Leigos, que recordando o dia da mulher, convidou cada um a cantar de maneira nova e diferente o próprio Magnificat.

Seguiram-se alguns momentos de informações. O Ir. Guillermo José Villarreal Cavazos, Postulador Geral, apresentou aos participantes uma panorâmica sobre a situação das causas de canonização de irmãos (Mártires na Espanha, Lycarion, Francisco, Basílio Rueda, Henri Vergès). Também convidou a todos a participar da celebração dos 25 anos da canonização de São Marcelino, em abril próximo. Depois o Irmão Ernesto, Superior Geral, informou sobre os próximos eventos em nível global, destacando os cursos de formação permanente. Em seguida os provinciais puderam livremente dialogar e pedir informações sobre temas vários.

A jornada terminou com a oração da tarde, antes da janta, feita nas 8 fraternidades.

De uma pequena capela no bosque e de um antigo moinho

A solidez da rocha continua sendo a imagem inspiradora desses dias de encontro e fraternidade. Uma rocha que desafiou a determinação e o entusiasmo de Champagnat e que acabou se transformando em uma casa forte, um lar onde se desenharam os sonhos de uma família em expansão, em saída, em busca de novos espaços.

E essa foi a linha de trabalho e reflexão desse dia: viemos daquela casa construída sobre a rocha e estamos caminhando para um futuro que abrange todo o mapa-múndi. Acreditamos em um Deus que está continuamente criando. E nós somos co-criadores. Olhamos para nossa história a partir de dentro, a partir daqueles que se sentem comprometidos em desdobrar corajosamente todo o potencial do carisma marista. Nessa fidelidade criativa, nossa vida está em jogo.

A reflexão de hoje é um convite para voltarmos ao primeiro chamado e, a partir desse momento vocacional que nos define, projetarmos nossos sonhos de uma vida consagrada nova e mais plena. Conversamos e compartilhamos sobre o futuro de nosso Instituto. Compartilhamos nossos sonhos nas áreas da vida comunitária, da espiritualidade e da missão marista. Nossas reflexões pretendem ser uma humilde contribuição para esse processo de discernimento de toda a família marista, que culminará com a celebração do XXIII Capítulo Geral, em setembro de 2025.

À medida que o dia se aproxima do fim, meu coração se volta para a oração da manhã, na capela, onde fomos convidados a contemplar imagens da evolução de l’Hermitage ao longo da história. Uma imagem, mais do que qualquer outra, atraiu a atenção de todos os meus sentidos: é um desenho que mostra os arredores de l’Hermitage em 1824, antes da construção. Nas margens do rio Gier havia apenas dois edifícios simples: a capela da floresta e um moinho. Nada mais. A partir daí, de uma pequena capela na floresta e um velho moinho, começa uma história cheia de vida e nomes. Uma história que continua. Uma casa que ainda está em construção, sempre criando novos espaços para o Espírito soprar.
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Ir. Aureliano García Manzanal – Provincial da Província Marista Mediterrânea

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