Família Carismática Global: Argie e Rodrigo, um casal de missionários mexicanos entre os aborígines do Monte Druitt
Argie Hernandez, da Província do México Ocidental, é casada com Rodrigo Gris. O casal, há três anos, faz parte da comunidade Lavalla200, no Monte Druitt, na Austrália. Eles participaram do programa de preparação em 2016, e foram nomeados para a Austrália. No final deste ano, eles retornarão ao México, e Argie, no texto abaixo, conta sua experiência ao trabalhar com os aborígenes australianos. Neste ano de 2020 a comunidade em Monte Druitt está composta pelo casal mexicano e três irmãos, Fabricio Basso (Brasil Sul-Amazônia), Jonnel Sisneros (Leste Asiático) e Lawrie McCane (Austrália). A comunidade administra a “Zona Marista de Aprendizagem”, um centro que trabalha com crianças da periferia de Sydney, que se recusam a frequentar as escolas normais.
Sempre que encontrar um marista
Enquanto nos preparamos para deixar a Austrália permanentemente, estamos refletindo sobre as maravilhosas experiências e oportunidades que tivemos em um país tão bonito. Uma de muitas histórias é a de nossos amigos aborígenes da comunidade do Monte Druitt. Quando fomos enviados para o Monte Druitt não conseguíamos imaginar todas as belas e humildes experiências de missão que tínhamos pela frente. Quando chegamos à Austrália, uma das primeiras comunidades que visitamos foi a comunidade aborígine no Monte Druitt. Fomos aceitos e abraçados com tanto amor que ficamos impressionados e não conseguimos imaginar o que eles passam. A resiliência que essa comunidade desenvolveu é apenas um exemplo de perdão e fraternidade. O irmão Lawrie é amigo de Baabayn desde muito tempo atrás; ele tem sido um contato e apoio maravilhosos para a comunidade. Seguindo seu exemplo e nosso chamado à missão, iniciamos nosso compromisso de apoiar Baabayn nas áreas necessárias. Entre as muitas oportunidades de apoio, está o Kurung Homework Club, onde temos o privilégio de ajudar crianças e adolescentes em suas tarefas escolares e em outras áreas acadêmicas. Para dois voluntários estrangeiros, participar do programa de tutoria Kurung tem sido uma grande oportunidade para desenvolver e fortalecer nosso entendimento da cultura aborígine. Acreditamos que o programa de tutoria é uma oportunidade maravilhosa para as crianças e os tutores desenvolverem relacionamentos fortes que acabam por levar à excelência e ao amor pela aprendizagem. O programa Kurung é uma grande oportunidade para as crianças continuarem seus estudos em aulas personalizadas, é um momento em que elas podem relaxar e fazer quantas perguntas quiserem. O privilégio de ser individual é que as crianças podem se sentir absolutamente confiantes em relação ao aprendizado. O centro se torna um lar, onde todos são bem-vindos e cuidados. Quando as crianças chegam ao centro e recebem lanches e bebidas, elas não recebem apenas alimento para o corpo, mas também para suas almas. É tão gratificante vê-los desfrutando e aprendendo ao mesmo tempo, eles são como qualquer outra criança no mundo, amável, gentil e curiosa. Somos tratados como família pelos adultos que trabalham no centro; encontramos apoio deles, bem como todas as ferramentas práticas para as atividades com as crianças. Este clube de lição de casa é um belo testemunho dos adultos que cuidam de seus filhos, oferecendo melhores oportunidades para eles e criando um ambiente de família e amizade. Temos a honra de ser convidados para eventos regulares, isso significa que não somos apenas voluntários, mas nos tornamos membros da “multidão”, não nos sentimos mais como voluntários, mas amigos. O clube de lição de casa não é a única coisa que compartilhamos com eles; muitas vezes fornecemos transporte ou qualquer outro suporte para diferentes eventos importantes, como Natal, fim de ano, atividades de verão etc. Somos gratos a Baabayn por nos deixar fazer parte de sua comunidade, aprendemos que o transporte não é apenas levar uma criança de um lugar para outro, mas é ter uma boa conversa sobre a escola e as aventuras das crianças. Aprendemos, por exemplo, que ao embrulhar presentes de Natal, também embrulhamos sonhos e esperanças; aprendemos que não somos apenas voluntários, mas fazemos parte da família Baabayn, assim como fazemos parte da família marista. Eu também desenvolvi uma grande afinidade com o grupo de mulheres, passamos algum tempo aprendendo novas habilidades em artes e ofícios e, recentemente, elas desenvolveram um fantástico círculo de cura. É comovente ouvir as lutas pelas quais passaram, mas também é uma oportunidade de desenvolver nossa força como mulheres, oferecer um ombro ou um abraço é sempre uma maneira reconfortante de deixar nossas irmãs saberem que são importantes e são amadas. Esta oportunidade de compartilhar tempo e atividades com eles é uma oportunidade para nós, como maristas, de tornar Jesus conhecido e amado no modo gentil de Maria. Toda vez que nos sentamos juntos ou brincamos juntos, é um momento precioso para que eles saibam que somos maristas e eles saberão que sempre que encontrarem um marista, serão amados exatamente como Jesus nos ensinou.
Ao viver nossa espiritualidade, encontramos nossa sede sacudida pelas correntes de “água viva”. Por sua vez, nos tornamos “água viva” para os outros (Água da Rocha, n14).
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Argie Hernandez – LaValla200 – Comunidade Monte Druitt – Austrália