24 de setembro de 2014 QUêNIA

II Assembleia Internacional da Missão Marista

Olhando o mundo através dos olhos de jovens e crianças

Hoje foi um dia sobre o olhar. Como ver o mundo através dos olhos de uma criança? A oração da manhã inspira-se no texto de Mateus em que Jesus tomou um menino, e o coloca no meio dos discípulos. Seguindo o exemplo de Jesus a Assembléia hoje colocou as crianças e jovens no centro da sua atenção. A canção "Se eu pudesse ver o mundo através dos olhos de uma criança" lembrou à Assembléia que " o meu coração cansado se aqueceria só por ver com os olhos de uma criança." E para dar mais profundidade ao olhar convidavam-se os presentes a "ver o mundo através dos olhos de Marcelino" e a responder com "um coração como o seu."

 

Painel de jovens

Os jovens que participam na Assembleia tiveram hoje um momento de especial importância para apresentar o tema "Os jovens e o carisma marista." Com muita criatividade apresentaram em primeiro lugar um símbolo pessoal que os identifica com as qualidades do carisma marista. Esses símbolos falavam de serviço, de presença, de ser uma luz para o mundo, da alegria, da justiça, da comunidade, de voltar às origens, ser como Maria, iluminar a escuridão, etc. De seguida mencionaram pessoas concretas que refletem esses valores. Destacaram vários líderes mundiais, mas também Irmãos Maristas com quem partilham ou partilharam a vida.

À pergunta como veem o futuro marista e onde se imaginam em 2020 deram respostas que falam de comunidades mistas, de deslocar-se a diferentes países para viver a internacionalidade do Instituto, de viver a missão marista em áreas de fronteira e marginalidade, participação em estruturas de formação conjunta, etc Todos os jovens participantes, menos um, provêm de escolas ou ambientes maristas. Um deles afirmou que "conheceu os maristas na faculdade e realizando ações de voluntariado." Outro disse que encontrou o carisma marista "ao viver em comunidade" com os irmãos.

No momento de perguntas e respostas, houve esta pergunta: “Que vos oferece a vida marista?”.  Responderam: “Há uma sede de saber o que é ser Irmão Marista. Não é ter um grau mais estudo, é uma questão de serviço. Não é fácil fazer uma opção final. Veriam com agrado compromissos temporários. "Gostamos da mobilidade", disse um deles. Outro lembrou a  importância da Pastoral Juvenil Marista em sua vida. Outro lembrou como seria bom dar um novo significado à promessa de Fourvière para a juventude. "Os jovens tem dificuldade em decidir-se, por isso é importante abrir a tenda para que outros vejam o que os jovens estão fazendo", disse outro membro do painel.

Como veem os jovens a vida marista no futuro? Apoiados por uma dinâmica em que se imaginavam na IIIAIMM, apresentavam possíveis situações em que cada um encontrava o outro tantos anos depois desta Assembleia. No terceiro centenário Marista, os maristas serão "uma aldeia global", uma comunidade "consistente" de irmãos e leigos que se apoiam mutuamente", disponível para responder a qualquer necessidade, trabalhando para e com os pobres, capaz de trabalhar com outras instituições afins, com protagonismo público, com voz e voto na defesa dos direitos das crianças e jovens … estas foram algumas das ideias expressas. "Se a missão dependisse só dos irmãos, muitos de nós estariamos dispostos a fazer-nos irmãos, mas a missão não é exclusiva dos irmãos. A vocação tem que vir de dentro ", ressaltou um dos jovens participantes do painel. A dinâmica concluiu com a afirmação de um dos jovens participantes: "Representamos uma dinâmica hipotética, mas não está muito longe do que nós sentimos."

 

Experiência e evidência de organização e filiação

Na segunda parte da manhã se apresentaram quatro experiencia importantes no Instituto. A primeira foi exposta pela Silvia, da Província de Santa María de los Andes em que a adesão ao “marista” se realiza através de um processo de educação marista em que há um convite a participar para logo de seguida se aprofundarem as possibilidades de vinculação à estrutura marista. Neste momento  participam nesta formação 14 comunidades e 142 pessoas, Leigos do Movimento Champagnat.

O Irmão Michael Green, da Província da Austrália fala das características de uma futura associação de fiéis, civilmente reconhecida pelo governo australiano e canonicamente pela Igreja universal. Segundo o Irmão Green " a palavra Instituto não inclui todos os maristas", mas apenas os Irmãos e "A Família Marista é mais ampla do que os irmãos." O Irmão Green fez uma referência à história de irmãos e leigos na Austrália e concluiu dizendo que "na Austrália os irmãos e leigos querem estar juntos." A Associação marista de fieis Marcelino Champagnat pretende ser uma fórmula para acolher os maristas do futuro.

O Irmão Réal Sauvageau, da Província do Canadá, explicou brevemente a história do processo de criação de uma Associação Marista de leigos, suas características e estruturas para "partilhar a herança de Champagnat" e conseguir que os leigos "se sintam corresponsáveis da vida marista. "

O Irmão Iñigo, da Província Ibérica, expôs o processo de busca da comissão dos leigos maristas da Província que ligará os leigos, não necessariamente ao Instituto, mas ao carisma. Como parte da iniciativa, criou-se uma "escola de espiritualidade marista", animada por uma comunidade mista para apressar os processos.

No momento das perguntas um dos participantes falou de estruturas que acolham ex-irmãos ou outras realidades existentes. O Irmão Javier Espinosa, diretor do Secretariado dos Leigos respondeu que há várias estruturas muito simples, nas províncias de Cruz do Sul, América Central e México, entre outras. Também se falou de lideranças, de patromônio e de governo como realidades nas quais devemos pensar. O Irmão Emili falou da realização de uma reunião em Roma em março passado em "relação à vinculação e à pertença" e do processo iniciado no Instituto sobre "novos modelos de animação, gestão e governo do Instituto"; é um processo que levará ainda vários meses para ser concluído.

 

Experiencia de Imersão

Durante a tarde, todos os participantes fizeram uma "experiência de imersão". Alguns irmãos do MIC acompanharam os participantes para conhecerem algumas das obras sociais da cidade de Nairobi, em que eles colaboram. Divididos em grupos visitaram: 1) la ciudad de los muchachos de Don Bosco, um Centro de Reabilitação. 2) Um orfanato das Irmãs de Madre Teresa Casa. 3) Kazuri: uma associação de mulheres. 4) A escola feminina de Ennomatasiani 5). A escola secundária de rapazes Joram G. 6) A casa Nyumabani, uma casa de órfãos do SIDA.

 

Celebração de solidariedade

Após o jantar, houve uma celebração da solidariedade, partilhando as experiências do dia. Usando o texto de João 9, 1-12, onde Jesus dá a vista a um cego, houve um momento de interiorização em torno dessas questões: O que eu não tinha visto até agora? Quem ou o que me ajudou a ver mais claramente?

Foi um dia cheio de sugestões, questões inquietudes em que buscamos a luz do Espírito. Que o Espírito guie o caminho da Assembleia.

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AMEstaún, 23 de setembro

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