As autoridades do arcebispado de Lião, na sessão do conselho do dia 10 de fevereiro de 1830, tinham aprovado o pedido do Pe. Champagnat para reiniciar o processo de autorização legal do Instituto. Isto significa que D. Gaston de Pins reconhecia a identidade própria da obra dos Irmãos Maristas. Enquanto isso, na diocese de Belley, o parecer do bispo D. Alexandre Raymond Devie era de que o Fundador procedesse às diligências, associando-se aos Irmãos da Instrução Cristã de Valence, que tinham estatutos já aprovados pelo governo. O Pe. Colin endossa esse parecer e transmite-o ao Pe. Champagnat. Outro assunto da carta é o desacordo do Pe. Colin com a sugestão do Pe. Champagnat de realizar a reunião dos aspirantes maristas das duas dioceses de forma anônima, sem avisar o Bispo de Lião. Pede que o Fundador agilize a comunicação daquele projeto, cientificando as autoridades religiosas competentes.

Belley, 13 de fevereiro de 1830.

Meu caríssimo confrade:

Não pude responder-vos antes, porque, por duas vezes, fui ao bispado e, por duas vezes, não pude falar ao sr. bispo.

Enfim, respondeu-me que persistia em aconselhar-vos que encaminheis o processo dos vossos Irmãos com os estatutos de Irmãos já aprovados. Pensa que a coisa sofrerá menos obstáculos; ele escreveu para Valence .

No concernente ao projeto de escolher um centro de unidade em segredo, opomo-nos mais firmemente do que nunca. Nada foi feito pela obra secretamente e sem o conhecimento dos superiores. Não devemos começar e logo mudar de caminho; cumpre ir direto à meta.

A obra não sofre nenhuma dificuldade maior do que em Lião. Deus assim o quer para purificá-la, mas não nos desencorajemos. Penso que deveis dirigir o pedido aos vossos superiores; se ouso dizê-lo e se concordais, dir-vos-emos em que sentido julgamos que podeis fazê-lo. Respondei-nos e, se vos aprouver, comunicar-vos-emos, sem tardar, as nossas idéias.

Abraço-vos de todo coração e sou, com respeito, o vosso muito humilde e muito obediente servidor COLIN, superior.

Edição: S. Marcelino Champagnat: Cartas recebidas. Ivo Strobino e Virgílio Balestro (org.) Ed. Champagnat, 2002

fonte: AFM 122.04