Carta de Marcelino – 289

Marcellin Champagnat

1839-10

A benfeitora Esther de Revol faleceu poucos dias após a assinatura do testamento que fizera em favor da escola. (cf. Carta no 269). Nenhum dispositivo tinha ela deixado para o pagamento de 800 francos à escola. O Padre Augustin foi pedir esta quantia à velha condessa, que se negou secamente. Mas, foi generosa assim mesmo, cumprindo um pedido da filha antes de morrer, a saber: Entrar com 1.000 francos para a mobília dos Irmãos. O Conselho Municipal também cooperou e votou la prime, isto é: a garantia do cumprimento de suas disposições testamentárias, que seria justamente os 800 francos.

Senhor Pároco,
É pena que a benfeitora do seu estabelecimento não tenha tido a felicidade de ver realizado o piedoso projeto de uma escola religiosa na sua paróquia, mas Deus, que pediu a esta pessoa generosa o novo sacrifício, saberá recompensá-la.
Dentro de alguns dias, mandaremos um Irmão para visitar o seu estabelecimento. Ao mesmo tempo, ele comprará o que for mais necessário para a instalação dos Irmãos
Para falar com total sinceridade, desejaríamos fazer o abatimento que o senhor está solicitando, pois não nos movem especulações de interesse pecuniário. Mas, senhor Pároco, nossas atuais carências, a carestia dos víveres, a necessidade de manter um ritmo uniforme e constante na fundação de nossos estabelecimentos e muitas outras razões de ordem superior nos colocam na impossibilidade de conceder qualquer abatimento.
Queira, por favor, dar a entender a seus queridos e bons paroquianos esses nossos motivos; generosos como são, não deixarão de encontrar meios de obviar a esta pequena exigência.
Receba a homenagem de sincero…

Edição: Marcelino Champagnat. Cartas - SIMAR, São Paulo, 1997

fonte: Daprès la minute, AFM, RCLA 1, p. 140, nº 176

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