26 de novembro de 2008 CASA GERAL

Obrigado, Maria

No último dia 7 os membros da Casa Geral se reuniram para celebrar juntos a conclusão do Ano de Espiritualidade Marista. A celebração, motivada pelo irmão Teófilo Minga, foi realizada em 3 momentos diferentes: na igreja, no ingresso da casa diante da imagem de Maria e na Sala Champagnat. Dela participaram, além dos irmãos, também os leigos que trabalham na Casa Geral. Abaixo você encontra alguns textos usados durante a celebração, que podem servir de reflexão sobre o tema da espiritualidade.



Reflexão baseada no segundo Capítulo da ÁGUA DA ROCHA
OBRIGADO , MARIA

Água da Rocha presta, não sem razão, uma atenção especial à mulher e à sua presença na missão e na espiritualidade marista. De facto, a referência ao mundo feminino atravessa todos os capítulos do documento (cf. 1º capítulo: 31, 43; 2º: 58, 71; 3º: 97, 119, 122; 4º: 127, 139). A sua presença fortalece uma dimensão da nossa espiritualidade: ela é relacional e afectiva. (cf. AdR 31). Na relação com os outros é profundamente fraternal e sororal. Este é outro modo de dizer o espírito de família que caracteriza a nossa espiritualidade (cf. AdR, 30-32). Agradeçamos a sua presença no mundo marista dando graças ao Senhor por todas elas, na pessoa de Maria. Ainda aqui, sirvamo-nos das palavras de José Luís Martín Descalzo: OBRIGADO, MARIA.

Obrigado, Maria, por seres uma mulher. Obrigado por teres sido mulher como minha mãe, e por tê-lo sido num tempo em que ser mulher era como não ser nada.

Obrigado por teres sido uma mulher livre e liberta, a mulher mais livre e liberta da História, a única mulher livre e liberta da História, porque foste a única não sujeita ao pecado, a única não tocada pela vulgaridade, a única que nunca foi medíocre, a única verdadeiramente cheia de graça e de vida.

Obrigado porque soubeste encontrar a liberdade sendo escrava, aceitando a única dependência que liberta,
a dependência de Deus, e nunca te deixaste dominar por tantas outras dependências que a nós nos sufocam.

Obrigado porque te atreveste a tomar a vida com as duas mãos, porque quando chegou o anjo te atreveste a preferir a tua missão à tua comodidade, porque aceitaste a tua missão sabendo que era uma missão difícil, que te levava costa acima até chegar ao Calvário. (?)

Obrigada pela tua liberdade de palavra quando falaste com Isabel. Obrigado porque te atreveste a dizer que Deus derrubaria os poderosos,sem te preocupares com o que pensaria Herodes. Obrigado por saber que eras pobre e que Deus te tinha escolhido precisamente por seres pobre. Obrigado porque soubeste falar dos ricos sem rancor, mas colocando-os no seu lugar : o vazio.

Obrigado porque soubeste ser a mais maternal das virgens, a mais virginal das mães. Obrigado porque compreendeste a maternidade como um serviço à vida, e que Vida! (?)

Obrigado porque depois soubeste ser uma mulher do povo, por não teres tido necessidade de anjos ou de criadas que te amassassem o pão e te fizessem a comida, obrigado por teres sabido viver sem milagres nem prodígios. Obrigado por saberes que o importante não era estar cheia de títulos e de honras, mas sim amor. (?)

Obrigado por teres respeitado a vocação de teu Filho quando se foi para a sua loucura,por não lhe teres dado uns conselhos prudentes. (?) Obrigado por teres sabido permanecer em silêncio na sombra durante a sua missão, mas apoiando de longe o grupo de mulheres que seguiam o teu Filho (?)

Obrigado por teres sido a mulher mais perfeita que jamais existiu. E obrigado, sobretudo, por teres sido
a única mulher de toda a História que voltou perfeita aos braços de Deus. Obrigado porque continuas a ser
mãe e mulher no céu, porque não te cansas de proteger os teus filhos de hoje.



Reflexão baseada no terceiro Capítulo
TORNAR-SE PÃO

A reflexão no terceiro momento centrava-se no apelo à comunhão e ao serviço feito por Jesus. O símbolo da MESA proposto por ÁGUA DA ROCHA no terceiro Capítulo, transforma-se na nossa oração no símbolo do pão. Este apelo encontra um eco extraordinário no livro Água da Rocha, sobretudo no capítulo três (cf. 91, 92, 95, 97, 99: pequenas virtudes, 101, 102, 104, 107?).

Sabemos que o lava-pés de João corresponde aos textos eucarísticos dos sinópticos. Isto significa que, na vida cristã, é impossível separar a vivência da Eucaristia, (relação com o Senhor), e o serviço fraterno (relação com as pessoas). Água da Rocha capta muito bem essa relação em três números (cf. 23, 86, 104): não se pode viver a Eucaristia sem servir os irmãos. Por outras palavras, somos convidados a viver de modo eucarístico: no fundo, a participarmos no sacrifício de Cristo e a oferecer-nos com ele ao Pai para a salvação do mundo. Em termos prácticos isso significa que realizamos em nossas vidas o que nos pede o número 107, que é uma explicitação do número 104:

?Baseados numa confiança comum em Deus, oferecemos as nossas vidas como serviço. O nosso apostolado, como o de Jesus, manifesta-se como total disponibilidade aos nossos irmãos e irmãs. Na verdade, somos pão de vida para os outros como o foi Jesus para nós? (107).

Que significa ser pão para os outros?

Talvez pareça bonito, mas digamos sem rodeios, que não é nada fácil TORNAR-SE PÃO. Significa que já não podes viver só para ti, tens que viver também para os outros. Significa que já não podes possuir nada, nem as coisas, nem o tempo, nem os talentos, nem a liberdade, nem a saúde, como dons apenas para ti: Tudo o que é teu, já não é só teu, é também ?de? e ?para? os outros.

Significa que temos que estar, inteiramente disponíveis, disponíveis a tempo inteiro. Já não podes reclamar tudo para ti e exigir para ti todas as coisas. Não podes queixar-te quando os outros pedem os teus serviços ou protestar se te chamam a qualquer hora e para qualquer coisa.
Significa que deves ter paciência e ser manso, dócil. Como o PÃO, que se deixa amassar, cozer e partir.

Significa que deves ser humilde, como o PÃO, que não figura nos pratos extraordinários; mas ele está sempre na mesa, para acompanhar. Significa que deves cultivar a ternura e a bondade, porque assim é o pão: TERNO E BOM.

Significa que deves estar disposto sempre ao sacrifício, como o pão que se deixa triturar. Significa que deves viver sempre no ?amor maior?, capaz de morrer para dar a vida, como o pão.

Deixa-te triturar pelos que estão a teu lado, deixa-te amassar…pelos trabalhos e pelos serviços a favor dos teus irmãos.

Deixa-te cozer pelo fogo do amor e do espírito.

Assim já poderás oferecer-te a todos aqueles que têm fome.

Ajuda-nos, Senhor, A SER PÃO PARA OS OUTROS.

COMO TU!



Obrigado, Maria

Obrigado, Maria, por seres uma mulher.
Obrigado por teres sido mulher como minha mãe,
e por tê-lo sido num tempo
em que ser mulher era como não ser nada.

Obrigado por teres sido
uma mulher livre e liberta,
a mulher mais livre e liberta da História,
a única mulher livre e liberta da História,
porque foste a única não sujeita ao pecado,
a única não tocada pela vulgaridade,
a única que nunca foi medíocre,
a única verdadeiramente
cheia de graça e de vida.

Obrigado porque soubeste
encontrar a liberdade sendo escrava,
aceitando a única dependência que liberta,
a dependência de Deus,
e nunca te deixaste dominar
por tantas outras dependências
que a nós nos sufocam.

Obrigado
porque te atreveste a tomar
a vida com as duas mãos,
porque quando chegou o anjo te atreveste
a preferir a tua missão à tua comodidade,
porque aceitaste a tua missão
sabendo que era uma missão difícil,
que te levava costa acima
até chegar ao Calvário. (?)

Obrigada pela tua liberdade de palavra
quando falaste com Isabel.
Obrigado porque te atreveste a dizer que
Deus derrubaria os poderosos,
sem te preocupares
com o que pensaria Herodes.

Obrigado por saber que eras pobre
e que Deus te tinha escolhido
precisamente por seres pobre.
Obrigado porque soubeste falar dos ricos
sem rancor, mas colocando-os
no seu lugar : o vazio.

Obrigado porque soubeste ser
a mais maternal das virgens,
a mais virginal das mães.
Obrigado porque compreendeste a maternidade
como um serviço à vida,
e que Vida! (?)

Obrigado porque depois soubeste ser
uma mulher do povo,
por não teres tido necessidade
de anjos ou de criadas
que te amassassem o pão
e te fizessem a comida,
obrigado por teres sabido viver
sem milagres nem prodígios.
Obrigado por saberes que o importante
não era estar cheia de títulos e de honras,
mas sim amor. (?)

Obrigado por teres respeitado
a vocação de teu Filho
quando se foi para a sua loucura,
por não lhe teres dado
uns conselhos prudentes. (?)

Obrigado por teres sabido
permanecer em silêncio
e na sombra durante a sua missão,
mas apoiando de longe
o grupo de mulheres
que seguiam o teu Filho (?)

Obrigado por teres sido a mulher mais
Perfeita que jamais existiu
E obrigado, sobretudo, por teres sido
a única mulher de toda a História
que voltou perfeita aos braços de Deus.

Obrigado porque continuas a ser
mãe
e mulher
no céu,
porque não te cansas
de proteger
os teus filhos de hoje.
(José Luis Martín Descalzo)

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