SOMENTE UMA VEZ

No dia 1 de julho de 1994 nós recebemos a triste informação da morte de Chris Mannion, morto durante os trágicos acontecimentos de Ruanda. A lembrança desta morte permanecerá para sempre gravada em nossas memórias. Nós todos sabemos quanto o desencadeamento da violência foi humilhante para toda a população ruandesa.
A morte de Chris pode ainda hoje, dez anos depois, nos ajudar a refletir sobre essa violência insana que caracteriza o mundo atual. Sua morte deve nos motivar a trabalhar ainda mais para que haja mais justiça num mundo marcado pela violência, persuadidos de que somente a justiça gera a paz. A paz é o fruto da justiça, nos diz o salmo 85. O dever que nos incumbe é fazer justiça: única maneira de promover a paz.
O Conselho geral desejou recordar esse aniversário mandando imprimir um fascículo intitulado: SOMENTE UMA VEZ, uma pequena antologia de alguns escritos de Chris.
Na página 11, encontramos algumas reflexões que Chris escreveu no seu jornal no dia 12 de maio de 1994, quando se encontrava em Roma:
?Eu estou cada vez mais convencido que não são os anos de vida que contam, mas antes a paixão e o engajamento com que a vivemos. Esta vida é um dom que é preciso apreciar, que é necessário aproveitá-lo ao máximo, justamente porque ele termina com a morte (MINHA MORTE), da qual não sabemos o dia. Eu devo viver este dom da vida hoje, sem me preocupar com que vai acontecer. Deus, na sua misericórdia e sua bondade tomará conta de mim. Se, no momento, eu me preocupo ?ir ao céu? ou não, sou incapaz de me empenhar aqui e agora. Senão, por que a Encarnação??
As questões sobre morte, o sentido da minha vida e da vida em plenitude me têm vindo com freqüência à mente durante nesses últimos dias. Por que? Talvez seja um chamado para viver mais a interioridade, a integridade e a entrega.
Minha oração ?vai bem? no momento, com alguns sinais ocasionais de presença, o sentimento que o Senhor está lá, que ele me pede para ser paciente e responder. O como não está ainda claro.?