30 de janeiro de 2007 BRASIL

Uma nova economia acontece

Foi uma longa maratona de 28 Feiras de Economia Solidária em 2006, sendo 26 estaduais e duas temáticas nas cinco regiões brasileiras, dessas uma foi também temática e outra internacional. O ciclo terminou no dia 23 de dezembro com a Feira do Distrito Federal. Além da comercialização de roupas, artesanatos, alimentos e produtos da agricultura familiar, as Feiras tiveram como proposta conscientizar trabalhadores e visitantes sobre os princípios da Economia Solidária, além de oferecer oficinas gratuitas de artesanato além de oficinas formativas, comerciais, qualidade do produto, preço, gestão de empreendimentos etc. Os eventos agradaram o público brasileiro e latino-americano, pois tivemos visitantes das Caritas internacionais vindos da Itália, Alemanha, França, Espanha, que ficou satisfeito com o preço justo dos produtos.

A partir de articulações do Fórum Brasileiro de Economia Solidária – FBES, a Fundação LHermitage e o Instituto Marista de Solidariedade – IMS – firmaram parceria com a SENAES/MTE para viabilizar o Programa Nacional de Fomento às Feiras. A gestão dos recursos foi feita via Fundação Banco do Brasil.

A Economia Solidária tem crescido no Brasil como uma opção de geração de renda. Segundo um mapeamento da SENAES, existem no país mais de 15 mil empreendimentos com características solidárias que têm se tornado alternativa de inserção para mais de um milhão de pessoas em atividades de produção de bens e prestação de serviços, consumo e crédito. Shirlei Silva, analista social do IMS, coordenadora do Programa Nacional de Fomento às Feiras, acredita que ainda que o número de feiras tenha crescido de 18 em 2005 para 28 em 2006, é preciso um ambiente permanente para a comercialização dos produtos. ?É importante a criação de um shopping com foco nos valores humanos e no consumo justo?.

O que acontece nas Feiras
Nas Feiras, são utilizadas moedas sociais que possuem valor de troca de forma idêntica ao Real (moeda utilizada no Brasil), mas que estimulam o processo de construção de uma nova forma de comercialização, pautada pelo espírito de cooperação e solidariedade.

Outras práticas comuns nas Feiras são o Clube de Trocas e as Rodadas de Negócio. O Clube de Trocas é um mecanismo de permuta de produtos fabricados
entre feirantes, já a Rodada de Negócios é um espaço em que produtores se reúnem com potenciais compradores de variados ramos econômicos para oferta e demanda de produtos e serviços.

Em muitas das 28 Feiras, programas de conscientização ambiental se fizeram presentes. Exemplo é a prática da coleta seletiva de materiais recicláveis que depois era destinado às cooperativas de catadores, que além de preservar o meio ambiente ainda ajudam pessoas que sobrevivem da reciclagem. Esse é o caso de Gilvana Ferreira Barbosa, moradora da cidade da Estrutural (DF) e integrante da cooperativa de catadores e artesãos Cootrape. Ela e mais de 100 outros cooperados têm o sustento garantido pelo trabalho no empreendimento solidário. ?Sem a cooperativa eu estaria morrendo de fome?, afirma Gilvana, satisfeita com as vendas dos produtos na Feira do Distrito Federal. Ainda, na perspectiva da gestão ambiental, a feira do Acre, inovou criando o Selo de Feira Limpa, que além de trabalhar a conscientização das pessoas na feira, trabalha também a relação com o meio ambiente, tendo como resultado no final da feira a redução significativa da produção de resíduos.

Histórico
No ano de 2005, o IMS assinou convênio para atuar no Programa Nacional de Fomento às Feiras de Economia Solidária, em parceria com a Secretaria Nacional de Economia Solidária ? SENAES/TEM, Fórum Brasileiro de Economia Solidária ? FBES e Fundação Banco do Brasil. O Programa objetiva fortalecer e divulgar a Economia Solidária, promover a comercialização direta de bens e serviços, estimular o consumo ético e consciente e as trocas solidárias. As Feiras são um importante estratégia de comercialização, mas representam, sobretudo, um espaço para a realização de trocas solidárias, rodadas de negócios, oficinas temáticas, além de possibilitar a divulgação da campanha da Economia Solidária. Em 2006, a parceria foi renovada e passou a contar com o apoio da Fundação L`Hermitage na sua operacionalização.

Saiba mais sobre o movimento no site www.fbes.org.br

ANTERIOR

Votos perpétuos em Madagascar...

PRÓXIMO

Davao: parte o primeiro grupo missionário...